segunda-feira, 11 de outubro de 2010

“A vida é feita de escolhas”. Vamos lá, todo mundo sabe disso, o mais difícil é saber qual escolha tomar. Vou confessar que nunca fui muito boa nessa história de escolher e não me dava conta disso até que um dia eu fui a escolha de alguém. Essa frase me veio como uma tempestade que cai de repente quando eu não tinha nenhuma proteção e nem lugar pra onde ir. Parei pra pensar sobre isso, e desde então tomei mais cuidado ao escolher, não que o meu coração me desse muita chance de opinar sobre alguns assuntos, mas a gente tenta socializar opiniões de vez em quando.
É chato tudo isso e certas vezes tenho até preguiça de me envolver com a razão e deixo por conta desse músculo aqui que trabalha involuntariamente, ele nunca se preocupa em me ajudar, ou não.
Rosa ou Amarelo? Medicina ou Direito? Ir embora ou Ficar? Casar ou Viajar? Ter filhos com 23, 24 ou 25 anos? É certo que tem certas coisas na vida que o destino decide por nós, ou decisões antigas nos obrigam a aceitar as conseqüências de daquilo que escolhemos anos atrás “se naquele dia eu tivesse escolhido o rosa ao invés do amarelo, nada disso teria acontecido, deu pra entender?” “São apenas escolhas”. Falamos assim como se fosse tudo muito fácil. Até que se a gente soubesse as conseqüências de cada uma delas, seria, mas se fosse pra prever o futuro ninguém teria satisfação em viver a vida, ninguém faria nenhum esforço pra viver.
Como escolher se eu devo esperar ou não, saber se vale à pena reinventar o amor. Reviver aquele ritual que um dia me rendeu sonhos duros e olheiras imensas depois da festa com as amigas. Mas por outro lado pode ser uma escolha certa, eu posso não analisar os resultados como se já fossem os piores possíveis, quem sabe eu entrando só com um pezinho, se não gostar muito do que vê eu posso voltar e continuar com minha vidinha de antes.
Ilusão, nunca é assim, uma vez que eu escolhi algo eu posso me arrepender ou não e se me arrepender tenho mais é que aceitar minha dor, esperar que as feridas curem, colocar minha armadura por mais um tempo e decidir o momento certo de tomar de novo essa decisão. A vida é assim.. Cheia de escolhas!

Tem dias que eu acordo assim, tão cheia de medos, apavorada com tudo que me cerca.. parecendo aquela criança indefesa de 20 anos atrás.
Sinto medo de viver, de não conseguir ser feliz ou até de fazer alguém feliz. Medo de não suprir as expectativas que os outros derrubam em minhas costas, de não ser o orgulho do papai e da família também. Medo de crescer e que todos os meus sonhos se acostumem com a minha quase vontade de desistir de tudo. Medo de não lutar até o fim por aquilo que sempre desejei. Medo de amar novamente, entregar meu coração como foi uma vez, pra que depois ele volte pra mim todo machucado, tenho medo de não saber mais como reagir às falsas expectativas e promessas. Medo de não ser mais aquela criança que ria das coisas bobas da vida. Medo de ficar velha demais para ir a Disney. Medo de desaprender que ainda existem pessoas boas e que o mundo não é feito apenas de gente egoísta que só pensa em si mesmo. Às vezes tenho medo de sonhar mais do que eu ainda sonho e me cobrar por tudo isso que deixei de cumprir a mim mesma. Medo de esquecer quem um dia eu já amei e que por isso eu esqueça pra sempre de amar. Eu tenho medo de sofrer, e quem não tem que atire a primeira pedra. E deve ser por isso que eu sofro com esse medo de ser feliz me jogar ao desconhecido, de experimentar cada caminho livre que eu nunca pisei, mas sonhei e me torno a criança de novo, criança que tem medo, mas nunca deixou de sonhar