Não é de hoje que se escrevem livros de auto-ajuda sobre relacionamentos amorosos, eu mesma já li vários, mas existe uma parte que eu discordo plenamente em todos eles. Não deveriam ser de AUTO-AJUDA e sim CO-AJUDA, ninguém consegue amar sozinho, temos que ajudar o nosso companheiro a amar e aprender a amar com ele.
Para amar nós precisamos ser inteligentes, usar nossa capacidade para pensar primeiramente, isto é, se você quiser verdadeiramente AMAR, por que pessoas fazem um lindo discurso dizendo que querem ser amadas, mas no fundo querem apenas prazer, uma companhia para os momentos de carência.. isso explica o fato de que quando muitas conseguem passam a desvalorizar o companheiro. É aquela velha história que quando consegue não tem mais graça, satisfaz o EU e pronto, vamos partir para outra.
Voltando a parte da inteligência, precisamos sim pensar para amar, não podemos entregar nosso coração a qualquer pessoa, o nosso coração entregue, é nossa vida também, isso não se deve dar a qualquer um. Deve-se haver conversa, pra ver se há respeito entre ambas as partes. Ao contrário do que muitos pensam o lado físico deve ser o último quesito a ser preenchido nesse questionário. A conversa serve para juntar o quebra cabeças e aperfeiçoar as peças caso alguma não se encaixe com a outra, e quando um relacionamento começa assim sempre conseguimos montá-lo sem muito esforço, pois daí descobre-se o amor e com o amor tudo torna-se maleável e questionável, no amor há perdão, compreensão e um sempre vive em favor do outro.
Quando buscamos alguém pra dividir os sonhos queremos ser felizes, embora ser feliz seja bom, melhor ainda é fazer alguém feliz. E gratificante ver o sorriso no rosto de quem se ama, chega ser mais importante do que ver no espelho o próprio sorriso, e é aí que se encontra a co-ajuda, o amor torna-se uma troca simultânea de felicidade, uma estrada de mão dupla, tudo que vai, vem também. Mas como nem tudo é perfeito pra nós, Deus sempre faz algo pra que tudo fique. Então se por acaso nessa estrada tenha algum obstáculo na ida ou na vinda (possa ocorrer um acidente, um animal na estrada, talvez um congestionamento) rapidamente precisamos chamar o socorro para que o acesso fique livre novamente. O socorro nesse caso chama-se perdão, quando o usamos, a estrada torna-se novamente trafegável e o amor continua a fluir.
Acontece que na grande maioria das vezes não é isso que acontece, preferimos pegar outra estrada, cortar o caminho para que se chegue mais rápido ao ponto de chegada que nesse caso é o nosso coração. Esquecemos de que no começo da viagem fomos avisados que haveriam sim os obstáculos que precisariam ser superados.
Quando cortamos caminho deixamos de viver nossas limitações e transformamos pequenos obstáculos em grandes problemas. Começam a aparecer os problemas as pessoas pensam logo em fugir, procurar por outra pessoa que a complete, um grande engano, por que o coração é algo vivo em nosso ser, ele nem sempre (quase nunca) é de acordo com nossas decisões. Vai ficar te cobrando e te lembrando, aí começa a guerra consigo mesmo. Se pararmos no meio do caminho todas as vezes que aparecerem os problemas a nossa mente vai guardar todas essas estradas, elas nunca terão um final e podemos nos confundir em qual delas começar quando surgir uma viagem nova.
Nossa sociedade hoje produziu isso do medo de seguir em frente, as pessoas ficam paralisadas construindo estradas inacabadas, não queremos ir ao ponto de chegada, buscamos atalhos, colocamos obstáculos em nosso caminho. Viajamos por outras desconhecidas e alguns passam até a andar na contra mão da vida, vivendo algo que não é seu, invadindo estradas e destruindo caminhos de outras pessoas.
Andar na contramão é muito perigoso, a qualquer momento podemos ser acometidos de um acidente sério, no qual o resultado pode ser a morte de um coração, a destruição de sonhos e projetos.
Se você não está preparado, não comece essa viagem, seja sincero e inteligente com o seu próprio coração, a viagem é longa, só os mais capacitados chegarão até o fim. Lembre-se, o amor é uma estrada de mão dupla, tudo que vai vem, um quebra cabeça onde todas as peças no final vão se completar. Onde há diálogo, há sempre uma solução, Onde há amor, há perdão. Onde há inteligência, há amor.
